segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Por uma vida com menos sonhos

Acho engraçado como é recorrente ver pessoas se referindo aos sonhos como algo extraordinário, e incentivando os outros a sonharem, ou a correr atrás de seus sonhos.
Não me refiro aqui ao sonho como atividade mental durante o sono, ou como o bolinho de padaria recheado com algum doce (desse eu corro atrás com prazer), mas sim a aqueles pensamentos e desejos de vida que, em alguns casos, se confundem com metas.

Nunca fui do tipo sonhadora, pra falar a verdade, acho que sou incapaz de sonhar (talvez seja por isso que pareço a mim mesma tão fria, enquanto redijo esse texto).
E por incrível que pareça, apesar de ser possuidora de uma criatividade extremamente aflorada, sempre tive os pés muito bem presos ao chão, e sempre preferi me orientar entre metas e ideais a sonhos. Sempre escolhi botar as mãos na massa, fazer eu mesma o caminho.
Sempre vi ‘sonho’ como um contrário de ‘vida’.
Talvez esteja errada, mas essa de ‘sonhos’ me dá a sensação de um espera, de estar ao vento aguardando uma espécie de milagre.

Nesse século, essa visão se agrava ainda mais, já que vivemos uma superficialidade e o sonhar torna-se indispensável à medida que tem uma relação muito tênue com o ‘possuir’. Creio que não seja necessário nesse momento aprofundar no conceito de como nossa sociedade está estruturada sobre capitalismo, consumo e efemeridade, mas, é sobre isso que o sonho hoje se assenta.
Sem consumo, não há sonho!
Uma prova disso?
Você mesmo! Qual é seu sonho? Possuir algo, ser bem sucedido, ganhar na loteria... Sem sombra de dúvida algum dos ‘itens’ citados está incluso no pacote, não é mesmo?

(PS:. Se você for um sonhador legítimo, o ultimo item está presente nos seus sonhos diariamente e detalhe: você nem joga!)
Mas voltando ao texto, sonhar na sociedade de consumo, também virou comércio!
Ninguém quer ser nada!
Ou melhor, todos querem ‘ser’ algo por meio de suas posses. É por isso que muitas pessoas, buscam uma vida inteira -ou se tiverem sorte, muitos anos dela – por algo que nunca acharão!


Hoje defendo, com muita convicção, que o que importa não são sonhos ou posses. O que importa é viver, não a espera do final de semana, ou do dia em que você vai comprar seu carro, sua casa ou seja lá o que for, mas sim, viver o dia de hoje, o minuto de agora. Faça planos, trace metas, não de compras (não que você não deva fazê-lo, só não os priorize) mas de ser alguém melhor em conhecimento, como ser humano, de ter experiências, vivencias, amigos. Porque para viver é preciso ter os pés no chão. E porque como disse Belchior e cantou a grande Elis: Viver é melhor que sonhar!

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